quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

FILA NOS BANCOS JÁ É FONTE DE RENDA EM PARAUAPEBAS

Em Parauapebas a lei que estabelece um tempo limite de pessoas na fila é a Lei Municipal nº 3.821-A, de 31 de agosto de 1999. O artigo 2º da referida lei diz que as agências devem atender o usuário em até 20 minutos de permanência na fila em dias normais; e em até 30 minutos em véspera de feriados prolongados e nos dias de pagamento de funcionários públicos municipais, estaduais e federais e de vencimentos e recebimento de contas de concessionárias de serviços públicos e tributos municipais, estaduais e federais.

O site do jornal Carajás denuncia o comércio ilegal de lugares nas filas dos bancos, fato que já virou rotina em nossa cidade. Confira aqui como foi tratado o assunto por aquele jornal.

3 comentários:

Eldan de Lima Nato disse...

Nota:
Este Artigo foi escrito e publicado no início de 2008 no quinzenal Boca Livre, de Parauapebas.
Fato é que a situação caótica dos bancos em Parauapebas persiste. A única novidade foi a inauguração da agência de outro banco, que por aqui ainda não tinha.

CORPO SOCIAL.
É incrível! Bem difícil mesmo de acreditar no que tem acontecido nos bancos em nossa comunidade. Uma “comunidade” de cento e trinta mil habitantes, diga-se de passagem, segundo as últimas estatísticas do IBGE na recente pesquisa realizada.
Pelo visto os responsáveis por identificar as necessidades de ampliação da estrutura bancária em Parauapebas estão literalmente dormindo no ponto. O corpo social, ou seja, a comunidade se aperta em filas que mal conseguimos entender onde começam e onde terminam, nos bancos de maior fluxo da nossa cidade – um público, outro privado. O banco no qual a população ainda pode encontrar uma certa organização é o instalado no Rio Verde, onde você recebe uma senha, uma distinta para o caixa pessoal, outra para atendimento e serviços, e ainda consegue aguardar sentado até a sua vez chegar, e se compararmos com os demais estabelecimentos bancários, é onde ainda se pode contar com uma certa agilidade por parte dos atendentes.
No entanto, algo muito curioso chama a atenção. Os empregados dos bancos, e aqui não há excessão, tentam atender todas as demandas da melhor maneira possível, com a estrutura de que dispõem, é verdade, mas no intuito de cumprir a legislação no tocante aos deficientes físicos, idosos, gestantes, pessoas com criança de colo e lactantes, disponibilizam para todos estes uma fila em separado, onde serão atendidos. Seria uma ótima alternativa se esta fila também não ficasse tão grande. E o direito desses clientes de serem atendidos preferencialmente (pelo banco) cai por terra e o que vemos é uma penosa fila de velhinhos aguardando com rostos cansados, e até desesperançosos, chegar a sua vez. Na verdade caímos em um terrível dilema, pois se todos os idosos que aparecem no banco – principalmente nos dias de pagamento do benefício social – fossem atendidos preferencialmente, independente de qual seja a fila, outros cidadãos que precisam contar com a hora de almoço para pagar as suas contas também não conseguiriam fazê-lo, devido à grande quantidade daquele grupo de clientes. Cada um recebe a sua parcela de desrespeito e de descaso, e se avolumam em filas, todos.
O que fazer? Os caixas eletrônicos nas agências são insuficientes; os prédios por demais apertados para a demanda de fregueses que recebem, e a população cresce cada dia mais; a quantidade de assalariados em nossa cidade é grande e tende a aumentar (uma boa notícia), a quantidade de empresas também tem crescido, e tudo isso aumenta o fluxo de clientes nos bancos, movimentando suas contas; os caixas eletrônicos espalhados em pontos extra-agência, em outros bairros, funcionam menos tempo do que quando estão com defeito (favor não utilizar este terminal – diz a plaqueta) e mesmo assim quando funcionam, boa parte desse período não oferece um dos mais utilizados serviços (saque indisponível – escrito na tela); os serviços dos parceiros bancários, em lojas, farmácias e supermercados, onde o cidadão pode efetuar pagamentos de títulos, água e luz, vem sofrendo muitas baixas – um supermercado no Rio Verde e drogarias da Cidade Nova e Bairro da Paz não efetuam mais o serviço – e o supermercado da Cidade Nova onde ainda funciona a representação, na verdade consegue se tornar ainda pior do que a agência bancária na demora do atendimento – “O sistema saiu de novo”, diz a balconista, e pela décima quinta vez em menos de quatro horas. Isso mesmo! Quatro horas na fila de um supermercado que presta serviços bancários e não se consegue efetuar um pagamento.
Este artigo tem um certo desabafo e ao mesmo tempo apresenta uma denúncia. Há alguns meses foi anunciado que o cidadão poderia recorrer à Justiça para ser “ressarcido financeiramente” caso precisasse enfrentar uma fila que o obrigasse a esperar um determinado prazo de tempo (20 min?), mas seria esta a melhor alternativa? Quantos processos já foram abertos contra os bancos em Parauapebas? Aponte-se quem já foi indenizado por perda de tempo em fila?
Já passou da hora do Sistema Bancário em Parauapebas ser ampliado, com novas agências nos bairros onde a massa populacional está. Para citar um mau exemplo, um único caixa eletrônico não atende uma área tão populosa quanto o complexo Da Paz (Bairro da Paz, Guanabara, Caetanópolis, Jardim América, Bela Vista e outros). Já passou da hora de serem atraídos para nossa cidade bancos de grande atuação no país que ainda não possuem agência aqui. Eles são vários e isto se faz com estudos, com observação, com ação, com propostas. Já passou da hora de encontrarmos alternativas para fazer cumprir a lei no quesito fila: um problema que aflige o cidadão em uma parcela considerável dos estabelecimentos, sejam eles públicos ou privados. E isto não é uma mazela apenas dos bancos, no entanto ocorre na agência dos correios, nas lotéricas, na empresa de energia elétrica, entre outros. Já passou da hora daqueles que estão dormindo no ponto acordar! Parauapebas não é mais uma cidadezinha do interior do sudeste do Pará. É uma das principais cidades desta região de Carajás, quiçá a principal, e não dá mais pra continuar perdendo tempo (e dinheiro) nas filas como o absurdo em que chegamos. O prejuízo é de todos: da sociedade, do governo municipal, dos próprios bancos, e principalmente do cidadão.

Anônimo disse...

O Carajás o Jornal não afirma em sua matéria que a venda de lugares nas filas dos bancos se trata de um comércio ilegal. Pelo contrário, segundo o Presidente da OAB-Parauapebas, não existe uma legislação específica que proíba. Na opinião do advogado essa é uma atividade imoral, cuja a culpa é dos bancos, que deveriam fornecer um serviço de qualidade para atender toda a demanda da sociedade, pois se isso acontecesse não precisaria haver tais práticas.

Dodora Medeiros
Editora
Gilliard Oliveira
Repórter

Eldan de Lima Nato disse...

A outra novidade na cidade é a agência do Bradesco do Bairro da Paz.