domingo, 26 de outubro de 2008

DERROTADOS

Texto de Leônidas Mendes Filho. Com uma miscelânea de análise política, história e senso crítico aguçado, o colunista Léo Mendes, do site Pebinha de Açucar, expõe a sua própria avaliação do cenário político e seus atores.

Nas colunas anteriores, comentamos sobre as eleições municipais e tentamos delinear alguns aspectos do cenário político de Parauapebas, para os dois próximos anos, a partir dos resultados das urnas de 05 de outubro próximo passado.

Destacamos os “grandes vencedores”, seja no aspecto eleitoral, seja no aspecto político, seja em ambos, e as perspectivas de futuro político de cada um destes, dentro da conjuntura política que estar se desenhando para as disputas eleitorais vindouras, no caso, as gerais (em 2010) e as municipais (em 2012).

Agora, voltar-nos-emos para aqueles que poderiam ser considerados “derrotados”. De imediato, precisamos esclarecer, uma vez mais, que, em política, a “derrota eleitoral nem sempre é uma derrota política”.

De logo, se analisarmos a conjuntura partidária de Parauapebas, a partir destas eleições e de seus resultados, a primeira conclusão a que podemos chegar é que, dentre os principais partidos, na contramão do que se deu no resto do Estado, o PMDB foi o grande derrotado.

Sua derrota mais evidente, apesar de ser a menos surpreendente, é óbvio, foi na disputa majoritária para a Prefeitura de Parauapebas. Entretanto, a mais expressiva, e com conseqüências futuras mais complicadas para o partido, foi a derrota nas eleições proporcionais, pois, a bancada peemedebista (e aliados) ficou aquém do esperado.

E mais: esta ficou qualitativa e politicamente fragilizada, não por conta de demérito de seus vereadores eleitos (Francis Resende e Odilon Sansão), mas pela não eleição do vereador Agnaldo Ávila, indiscutivelmente, detentor de experiência legislativa que seria de grande valia para o PMDB, neste cenário bastante adverso.

Esta situação em muito fortaleceu o nome da vereadora reeleita Francis Resende como principal quadro político da oposição. Isto, mesmo levando-se em conta os três mandatos de Odilon Sansão, pois, este tende a uma prática política personalista na qual o partido e seus interesses mais amplos lhe são acessórios.

Ainda no PMDB, a vereadora Creuza Vicente também pode ser considerada uma que sofreu grande revés em sua carreira política. Em seu caso, sua votação foi inexpressiva e pode significar o “seu fim”, no sentido político, pois, muito dificilmente, terá meios de se rearticular e se dispor a uma nova disputa eleitoral.

Outro grande derrotado nestas eleições, tanto em nível político-partidário, como em nível político-pessoal, foi o PSC e sua liderança político-religiosa maior, o pastor Fenelon Sobrinho. Os resultados eleitorais demonstraram que sua postura oscilante (ora de um lado, ora do outro) e autoritária não encontrou eco entre seus supostos liderados.O candidato a vereador de sua predileção, Maridé Gomes (PSC), embora excelentemente votado, viu sua votação servir apenas para garantir o quociente eleitoral para a candidatura de Percília Martins (PRTB), que, confirmada sua eleição por uma coligação oposicionista, com esta rompeu e já negociou (segundo notícias) seu apoio ao prefeito reeleito Darci Lermen (PT). Não conversamos com o supracitado líder político-religioso, mas, acreditamos, que não este não era o resultado que ele esperava. Agora, resta-lhe recompor-se, senão em nível religioso (embora, pensamos que este sofrerá reflexos negativos), em nível político: é pouco provável que “nosso líder político-religioso” consiga manter suas bases unidas para uma nova aventura eleitoral. Pelo menos, não em curto prazo.

No lado governista, o grande vencedor nas urnas de 05 de outubro, também podemos verificar casos de marcantes derrotas políticas. O revés mais notável foi o do vereador Wanterlor Bandeira (PT), pois, em determinado momento da pré-campanha, seu nome chegou a ser cogitado por “rebeldes petistas” para disputa a própria prefeitura municipal.Talvez por isso, por ter “ousado desafiar”, e não pela primeira vez, pois, ao longo de seu mandato manteve uma postura de independência em relação ao governismo local, ao esquema político-partidário em volta do prefeito Darci Lermen, Wanterlor Bandeira enfrentou uma campanha permanente contra seu nome entre muitas das lideranças petistas de Parauapebas. Isto contou muito para sua derrota eleitoral, apesar de seus mais de 1,1 mil votos.

Ainda dentro do PT, outro que saiu derrotado e com um “pote de mágoas para destilar” foi o vereador João do Feijão. Sua votação foi significativa, mas não o suficiente para que pudesse manter sua cadeira na Câmara Municipal. Suas “mágoas políticas” devem-se ao fato de que, mesmo tendo sido “fiel ao prefeito Darci”, deste, pelo próprio núcleo político que lhe rodeia, o nobre vereador foi, “não tão discretamente”, distanciado.

Por fim, outra personagem política que deve ser enquadrada entre os “derrotados” desta eleição em Parauapebas, no campo governista, é a ex-titular da Secretaria da Mulher (SEMMU), Joelma Leite, pois, teve condições de estruturar-se politicamente ao longo de quase toda gestão do prefeito Darci Lermen. Se o fez, as urnas não o confirmaram e sua votação foi bem abaixo do que se esperava.

Estes ora citados, nos parece, foram os principais derrotados nestas eleições municipais em Parauapebas. Certamente, houve outros, mas sem a mesma expressão política que estes. Não obstante, convém lembrá-los (aos derrotados e aos nossos leitores) que uma “derrota eleitoral, quando (e se) bem digerida, poderá, por seu próprio aprendizado, resultar, no médio e longo prazo, numa vitória política”.E, como diz o ditado popular: “quem não sabe perder, no varejo, não saberá ganhar no atacado”.

Quem viver verá... Ou, quem sabe, chorará... ainda mais. Veremos.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Não custa lembrar: Nixon teve de renunciar ao segundo mandato por causa de uma besteira feita no primeiro. Foi eleito pelo povo. Foi deposto pelas instituições"

Anônimo disse...

cada cientista politico eu em!!!!!

Anônimo disse...

derrotados e vitoriosos o que manda é quem tem mais qualquer 22 milhões até o cachorro agente faz vira gente boa.