sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

REGRAS PARA A VENDA DE CHURRASQUINHOS

Regras para venda de churraquinho geram polêmica em Vitória

A venda do tradicional churrasquinho está sujeita a regras em Vitória, no Espírito Santo. Os critérios adotados pela prefeitura viraram o principal assunto nas ruas da capital capixaba.

É assado na hora. Sai quentinho e há uma variedade...

“Tem de boi, frango, coração, lingüicinha de frango, lingüicinha de porco, costela de porco, costela de boi, queijo, pão de alho”, precisou o vendedor Leonardo Trindade.

Também tem farinha e molho para temperar a carne e o bate papo do fim do dia.

“Encontro alguns amigos. A gente vem para poder conversar, bater um papo. Isso é muito bom”, afirmou o consultor técnico Wilian Botan.

O churrasquinho vira ponto de encontro, com direito à televisão, mesas e cadeiras na calçada. Informalidade que gera ilegalidade. A Prefeitura de Vitória afirma que esse comércio atrapalha a passagem dos pedestre e isso é contra a lei.

“É uma lei federal. É a lei de acessibilidade que proíbe esse tipo de atividade em logradouros públicos. Na realidade, o direito do cidadão ir e vir não pode ser suprimido”, declarou o subsecretário de controles urbanos, André Varão.

Por isso, em Vitória, quem vende churrasquinho na rua não pode mais colocar mesas e cadeiras nas calçadas para os clientes. A venda de bebida alcoólica também está proibida. Quem não respeitar pode ser multado em R$ 500,00 e ter o carrinho apreendido.

Seu José, que vende churrasquinho há seis anos, retirou as cadeiras e os clientes também sumiram.

“Meus clientes diminuíram em 40%”, constatou José Ferreira de Souza.
E quem não cumpre a regra, está sujeito à fiscalização, que ocorre sempre à noite e as equipes da prefeitura apreendem as cervejas e as cadeiras dos vendedores de churrasquinhos.

“Para a devolução da mercadoria, tem um trâmite no município. Tem taxa que cresce a cada dia que a mercadoria fica apreendida”, afirmou o coordenador de fiscalização, Arion Lyrio.

A comerciante reclama.

“Porque tirou mesa, tirou banco, tirou molho, tirou cerveja, tirou tudo, só falta tirar a carne. Eu vou trabalhar com quê?”, declarou a vendedora Maria de Jesus.
O comércio de churrasquinho em Vitória ainda terá de cumprir outras normas.
Só vão ser aceitos carrinhos de aço inoxidável com no máximo 2 metros de comprimento.

Os vendedores, que manuseiam alimentos, vão ter de fazer um curso na Vigilância Sanitária.

Eles têm até o dia 1º de março para se adaptar, mas o churrasquinho já alimenta uma polêmica.

“Todo mundo sai do trabalho está a caminho de casa, pára, come um churrasquinho e toma uma cerveja e continua o caminho. É uma coisa normal. Eu não sei por que eles estão querendo proibir”, afirmou comerciante Fabrício Ventorin.
“Tudo tem que ter uma atuação do poder público para poder manter um padrão. Essa parte de saúde pública é importante”, disse o engenheiro civil Pedro Poyares.

Se essa regra vir a usada em Parauapebas, teremos vários pontos de churrasquinhos fechados.

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