Parauapebas supera a capital do Estado na geração de empregos da construção civil.
A construção civil foi o terceiro setor que mais gerou postos de trabalho de janeiro a setembro de 2008, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Ao todo foram 3.429 empregos, perdendo apenas para o setor de serviços, que criou mais de 10 mil novos empregos em todo o Estado e para o comércio com quase 4 mil ofertas de vagas. Se forem somados à construção civil os empregos gerados a partir da venda de imóveis e de materiais de construção, atividades ligadas à cadeia produtiva do setor, o número de empregos passa a ser de aproximadamente 7,2 mil, nos primeiros sete meses deste ano.
Segundo os dados do CAGED só em setembro de 2008, quando o nível de emprego com carteira assinada ampliou 0,66% em relação ao mês anterior, foram contratadas 586 pessoas para trabalhar nos canteiros de obras paraenses. Do total de 3,5 mil empregos gerados em setembro, 17% foi para atuar na construção civil.
Para José Roberto Rodrigues, assessor econômico do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-pa), quem mantém a geração de emprego no Pará, além dos setores de serviços e comércio, é a construção civil. Segundo Rodrigues o saldo positivo na oferta de vagas não é mais privilégio da capital. "Belém teve a seu favor um saldo de 2.521 empregos gerados de janeiro a setembro deste ano. Porém, este não foi o melhor desempenho. Parauapebas superou a capital, conquistando, no mesmo período, um saldo de 2.570 novos contratados", afirmou. O assessor leva em conta todos os empregos gerados a partir da cadeia produtiva, incluindo o setor imobiliário e a comercialização de materiais de construção.
José Roberto diz ainda que, dentro da expectativa de crescimento da população paraense, em virtude do volume de investimento que deve ser aplicado na região ao longo de 2009, é vital que a geração de emprego cresça também. Conforme avalia Rodrigues, a evolução não deve ser restrita à capital. Deve ocorrer em todo o Estado. "O grande desafio é preparar a mão-de-obra para fazer frente ao grande canteiro de obras em que nosso Estado está se transformando. A demanda do mercado é forte e as parcerias precisam ser feitas agora para que a demanda seja suprida", disse.
Qualificação
O engenheiro civil Rodrigo Cardoso diz que o mercado vive um ótimo momento, porém o que falta é mão de obra qualificada. "Trabalho em uma construtora que precisa formar operários porque com este "boom" imobiliário está muito difícil encontrar pessoas qualificadas", declarou. Rodrigo explica que, para trabalhar em algumas construtoras, é preciso ter experiência e bons cursos. "Na construção civil não se contrata qualquer pessoa, até por que aqui o operário tem a oportunidade de fazer carreira, basta trabalhar direito", disse. A construtora onde Rodrigo trabalha possui atualmente quatro canteiros de obras e 250 empregados.
Segundo dados do Sinduscon, de 2005 a 2008 foram licenciados pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) 4 milhões de metros quadrados para construções de edificações em todo o Pará. Deste total, apenas 40% já foi produzido, ou seja, 2,4 milhões de metros quadrados estão liberados para obras que ainda estão no papel e que, segundo Rodrigues, não devem demorar muito para acontecer. "O licenciamento aguarda aproximadamente três anos. Em pouco teremos obras para todo lado. Nosso grande desafio será produzir e satisfazer na mesma escala, e por isso estamos investindo em tecnologia e formação da mão-de-obra. Emprego não vai faltar", afirmou.
Fonte: O Liberal
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